quinta-feira, 27 de maio de 2010

Polícia descarta execução na morte do delegado em Camaçari

Delegado Clayton Leão foi morto em uma suposta tentativa de assalto

A polícia considera o caso da morte do delegado Clayton Leão concluído e descarta a hipótese de atentado. Segundo informações passadas durante entrevista coletiva concedida à imprensa na manhã desta quinta-feira, 27, pelo delegado-chefe da Polícia Civil, Joselito Bispo, e o secretário de segurança pública, César Nunes.

Joselito Bispo e César Nunes disseram que ouviram a mulher do delegado informalmente e que ela teria reforçado a versão de tentativa de assalto seguida de morte. A polícia disse que os três criminosos pretendiam roubar o carro do delegado e chegaram gritando "bora, bora, bora".

De acordo com a versão da polícia, o delegado reagiu falando "peraí, peraí, peraí" e teria esboçado intenção de pegar a arma. Os criminosos alegaram que viram a arma e atiraram assustados, de acordo com a polícia.

"Os elementos e provas tanto testemunhais quanto periciais para descrever a ação criminosa", disse o delegado-chefe, Joselito Bispo. Bispo afirmou ainda que o crime foi uma fatalidade. "O colega teve a infelicidade de parar em um lugar em que jamais deveria ter parado. Não estava ali um policial, estava um cidadão. Precisamos trabalhar muito e ter consciência que segurança pública não é mais viatura, não é mais polícia. É um conjunto que tem que ser trabalhado como um todo".

Corpo do delegado Clayton Leão foi enterrado com a presença de colegas, amigos e familiares

O terceiro envolvido no crime, Magno de Menezes dos Santos, se entregou à polícia na manhã desta quinta. Ele disse que estava dentro do carro dos criminosos. Os outros envolvidos são Edson Cordeiro e Reinaldo Valença, que foram presos nesta quarta. A operação de investigação e prisão dos acusados envolveu mais de 200 policiais, de acordo com Cleandro Pimenta, diretor do Departamento de Narcóticos (Dnarc), que presidiu as investigações.

O corpo do delegado foi enterrado nesta quinta no Cemitério Campo Santo, na Federação, ao som da música "Amigos para sempre" tocada em um violino, e do protesto por justiça feito por familiares e colegas do policial. O tio de Clayton, João Chaves, disse que vai entrar com proposta na Assembleia Legislativa da Bahia para que delegados tenham escolta.

O caixão com o corpo do delegado foi carregado pelos colegas do COE. Em cima do corpo, foram colocadas fotos da família. Familiares e colegas do policial participaram de cerimônia em homenagem ao morto na capela do cemitério.

O delegado-chefe da Polícia Civil, Joselito Bispo, e o secretário de Segurança Pública, César Nunes, compareceram. O governador Jaques Wagner esteve no cemitério antes da missa começar, cumprimentou a família do delegado e foi embora. A imprensa não teve acesso à capela.

Como o crime aconteceu - Clayton foi baleado duas vezes na cabeça enquanto concedia entrevista à emissora Líder FM, de Camaçari. Por meio da rádio, foi possível ouvir os disparos dos tiros e o desespero da mulher do delegado, que estava com ele no carro.

Momentos antes do crime, Clayton parou o veículo na estrada da Cascalheiras, em Camaçari, para conceder a entrevista, já que não conseguiria ir ao estúdio da emissora. Ele falava sobre segurança na cidade e dizia que já sentia confiança em residir no município.

A notícia do assassinato fez dezenas de policiais e delegados irem para o local do crime para ajudar nas investigações. A polícia localizou os dois acusados pelo assassinato depois de encontrar o suposto carro utilizado na tentativa de assalto seguida de roubo.

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